Além da contaminação acidental e das doenças, ameaças ambientais, como
os agrotóxicos, e alimentos transgênicos são servidos em nossos pratos, há ainda a melamina no leite, dioxina na mussarela italiana, vestígios de
aditivos de gasolina na água engarrafada e em refrigerantes na França,
doença da vaca louca, pandemia de gripe aviária... Um fato após o outro traz preocupação com os alimentos. Para acabar com as desconfiança e os medos, separando o que é V ou F, seguem a seguir conceitos e pesquisas de especialistas:
Açúcar a ser evitado: Xarope de frutose e glicose
O
xarope de frutose e glicose, na verdade, é um xarope de milho rico em
frutose. Extraído do amido, é um adoçante potente e ainda mais barato do
que o açúcar tradicional, tão usado em produtos industrializados. No
entanto, de acordo com pesquisas americanas, ele aumenta o nível de
triglicerídeos no sangue e estimula a obesidade. Nutricionistas não têm dúvidas ao proclamar que ele
deve ser evitado. Muitas vezes encontramos nos rótulos apenas como “xarope de glicose”.
A fama nada doce dos adoçantes artificiais
A fama nada doce dos adoçantes artificiais
Sacarina,
acesulfame-k, ciclamato de sódio, aspartame: adoçantes artificiais têm
gosto de açúcar, mas sem açúcar... São o segredo por trás dos alimentos
rotulados como light e, com certeza, não estão acima de qualquer
suspeita. Na verdade, os adoçantes são regularmente acusados de todo
tipo de mal. Mas reduzem o conteúdo calórico e protegem contra as
cáries, além de serem úteis para os diabéticos. Resumindo: os adoçantes permitidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são seguros.
Evite a todo custo: gordura hidrogenada
Evite a todo custo: gordura hidrogenada
O
Dr. Jean-Marie Bourre, especialista em gorduras e ex-diretor do Inserm,
Instituto Nacional francês de Saúde Pública e Pesquisa Médica, é
categórico: “Se um produto trouxer ‘gordura hidrogenada’ no rótulo, não
compre!” Essas gorduras são obtidas a partir de um processo industrial
para solidificar óleos, processo que cria ácidos graxos trans, perigosos
para a saúde. Eles multiplicam o risco de doença cardiovascular e de
câncer de mama.
No Brasil, não há regulamentação que limite o uso de gordura trans em alimentos. O que existe é a rotulagem nutricional obrigatória. Esta norma determina a declaração do valor
energético e dos seguintes nutrientes nos rótulos dos alimentos
produzidos e comercializados no país: carboidratos, proteínas, gorduras
totais, saturadas e trans, fibra alimentar e sódio.
Cheiro de Peixe
Cheiro de Peixe
Os
maiores peixes de água salgada, os que estão no topo da cadeia
alimentar (atum, cação, peixe-espada etc.), podem estar contaminados por
metais pesados, como o mercúrio: um dos alimentos mais saudáveis terá
virado veneno?
“No Brasil, o risco de envenenamento por mercúrio
como resultado do consumo de peixes é quase nulo, exceto para as
populações ribeirinhas da região amazônica, que não têm opções de
alimentação. Seria um absurdo abandonar os benefícios do peixe”, garante
o professor Mauro Rebelo, do Instituto de Biofísica da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ele ressalta os motivos da
contaminação dos peixes na Amazônia, causada pela alta concentração do
metal pesado no solo da região, mesmo 20 anos após o encerramento das
atividades de garimpo de ouro na área. O mercúrio estaria contaminando
os rios como efeito do desmatamento no local. “Para os habitantes daquela região da Amazônia, a única recomendação que fazemos é que grávidas e mulheres que amamentam tomem um cuidado maior ao consumir peixes,
evitando, se possível, as espécies do topo da cadeia alimentar e de
água doce, como tucunarés e jaús, que podem apresentar concentrações
mais altas de contaminação pelo metal.”
Guerra de palavras contra os alimentos transgênicos
Guerra de palavras contra os alimentos transgênicos
A
favor ou contra os alimentos transgênicos? Mesmo que o cultivo de
variedades transgênicas seja um problema ambiental, os alimentos
geneticamente modificados são perigosos? Até hoje, não há indícios de
que esses alimentos tenham efeito prejudicial para a saúde humana. De
acordo com a Anvisa, o decreto que regulamenta a rotulagem de alimentos
contendo ou consistindo em organismos geneticamente modificados (OGMs)
determina que produtos com mais de 1% de transgênicos são obrigados a
trazer essa informação no rótulo, o que facilita a escolha do
consumidor.
Pesticidas: abram espaço para os alimentos orgânicos
Pesticidas: abram espaço para os alimentos orgânicos
Para
preservar as colheitas e proteger culturas mais propensas a pragas, os
agricultores utilizam pesticidas que, em quantidades acima das
recomendadas, são nocivos para o ser humano. Um levantamento feito pela
Anvisa no início do ano revelou que alguns alimentos básicos da
alimentação do brasileiro apresentaram altos índices de resíduos de
agrotóxicos – o caso mais alarmante foi o pimentão, com contaminação em
65% das amostras. Isso não significa que devamos abrir mão das frutas e
hortaliças para nos proteger dos agrotóxicos: basta escolher os produtos
rotulados como “organicamente cultivados” ou então descascá-los. Estes
também inspiram cuidados na hora da compra – procure saber a procedência
e examine a embalagem para saber se o produto possui algum selo de
certificação que ateste sua qualidade.
Sal: amigo e inimigo
Sal: amigo e inimigo
Em
janeiro de 2008, Pierre Meneton, pesquisador do Inserm, compareceu a um
tribunal de Paris para se defender de um processo movido pelos
fabricantes de alimentos, que ele acusara de enganar o público a
respeito dos riscos para a saúde ligados ao sal. Em março do mesmo ano,
os juízes decidiram a seu favor. Agora o pesquisador pode alertar para
os perigos de uma alimentação excessivamente rica em sal e para a
prática dos fabricantes, que utilizam sal demais para melhorar o sabor
dos produtos ou, graças à capacidade do sal de reter água, para lhes
aumentar o peso. Deveríamos, então, jogar fora o saleiro?
Não. O
sal que acrescentamos à comida fornece 10% a 20% da ingestão total e,
além disso, contém iodo, essencial para o desenvolvimento mental das
crianças. O sal usado pela indústria alimentícia, que não contém iodo,
representa até 80% da nossa ingestão. O maior problema é que, segundo a
Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial, absorvemos o dobro da
quantidade recomendada de sal em nossas refeições diárias. A solução é
evitar os alimentos altamente industrializados. Quanto mais o alimento
foi processado, mais contém sal. Mas não se esqueça de que, embora uma
alimentação muito rica em sal leve à hipertensão arterial, o sódio é
essencial para o organismo.
Óleo de palma: um ecodesastre
Óleo de palma: um ecodesastre
Amplamente utilizado na fabricação de produtos alimentícios no Brasil, óleo de palma é indicado como substituto mais saudável e saboroso para outros óleos que contêm gordura trans.
No entanto, mesmo com índice zero de gordura trans, o óleo de palma é
pobre em ômega-3 e ômega-6 e rico em gorduras saturadas, que tendem a
aumentar o nível do “mau colesterol” (LDL). Se possível, é melhor usar
azeite de oliva, óleo de canola ou de girassol, que possuem um perfil
nutricional mais saudável. E preste atenção aos rótulos para saber se o
óleo de palma não entra na composição. Como está presente em quase todos
os rótulos, é muito difícil evitá-lo.
Melamina no leite: não aqui em casa!
Melamina no leite: não aqui em casa!
Em
setembro de 2008, o planeta todo ouviu falar da presença, no leite em
pó chinês, de melamina – resina usada principalmente na fabricação de
fórmica. Na China, dezenas de milhares de bebês foram hospitalizados com
problemas renais depois de tomar o leite contaminado. Esse escândalo
foi resultado de um golpe. Os fabricantes criminosos tinham acrescentado de propósito melamina ao leite, para parecer que ele era mais rico em proteínas. Felizmente,
estamos livres dessa prática. Segundo a Anvisa, os alimentos
contaminados nunca chegaram ao Brasil, pois não há empresa fabricante de
produtos lácteos na China habilitada para o comércio desses produtos em
território nacional. Por precaução, a Anvisa intensificou a
fiscalização de entrada das cargas provenientes da China desde então.
Ionização: comida irradiada?
Ionização: comida irradiada?
Essa técnica de conservação consiste em tratar os alimentos com radiação para eliminar bactérias e parasitas,
evitar o brotamento ou retarrdar o amadurecimennto. Os críticos da
irradiação afirmam que ela reduz o valor nutritivo dos alimentos e
aumenta o risco de câncer e de mutações genéticas. Por sua vez, todos os
órgãos de vigilância sanitária do Brasil e a própria Organização
Mundial da Saúde dizem que a técnica é segura e altera menos os
nutrientes do alimento do que todas as outras técnicas de conservação.
No
Brasil, a legislação sobre alimentos irradiados existe desde 1985, e
sua produção é controlada de perto pelo governo e por centros de
pesquisa acadêmica. Em Piracicaba, por exemplo, o Centro de Energia
Nuclear para Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo, realiza
pesquisas e presta serviço para as indústrias. O Instituto de Pesquisas
Nucleares, também da USP, al&eaacute;m de fazer pesquisas na área
possui uma frente de trabalho junto aoos produtores, mostrando os
benefícios e as vantagens da irradiação de alimentos. Fique tranquilo:
alimentos irradiados não são radioativos!
Bom senso é o primeiro ingrediente para uma boa alimentação
Bom senso é o primeiro ingrediente para uma boa alimentação
Com
senso de proporção e uma alimentação variada, com ênfase em produtos
frescos, não só evitamos os riscos para a saúde como também fazemos um
favor a nós mesmos. Como nos lembra o Ministério da Saúde em seu Guia da
Alimentação Saudável: “Frutas, legumes e verduras são ricos em
vitaminas, minerais e fibras e devem estar presentes nas refeições
diárias, pois contribuem para a proteção à saúde e diminuição do risco
de ocorrência de várias doenças.”
http://www.selecoes.com.br
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