A principal
deveria ser cuidar da saúde. Sim, esta é a mais importante! A velha premissa de
que se tivermos saúde o resto se resolve, é a pura verdade.
Você, mãe/pai, já
parou para pensar o quanto não damos importância quando o filho está bem, que
pedimos "sossego" quando está brincando e quer brincar mais.....o
quanto nos irritamos com sua agitação e só vamos captar isso quando ele está
doente?
Não é muito
melhor vê-lo com toda esta energia, mesmo que nos dê uma canseira? Ou
quando estamos bem e não percebemos quanto isto é bom?
Pois é, não me
diga que a saúde não é o principal quesito. Nossas avós, só para variar, estão
com o conhecimento e a razão.
Começaremos
o ano focando em um assunto de extrema valia. Mamães, cuidado! Aquelas
dobrinhas que nos encantam e nos fazem falar - Que fofura! Podem comprometer a
saúde do seu filho ainda muito cedo.
Desculpe pegar
pesado já de cara. Poderia ser um assunto mais leve (grande trocadilho), mas
para mim é uma questão de urgência. Fui uma criança magrela e com a
adolescência surgiu o peso e este problema carreguei por muitos anos até resolvê-lo.
Portanto, falo com conhecimento de causa.
Os
especialistas, com certeza não é o meu caso (sou apenas uma vítima da mesma
situação), discutem com freqüência a equação - criança gorducha adulto com
problemas. O fato é que crianças e jovens chegam cada vez mais cedo aos
consultórios dos nutricionistas e médicos em busca de soluções para problemas
que deveriam ser pertinentes apenas aos adultos: pressão alta, colesterol,
triglicerídeos alterados (que deixarão como herança problemas cardíacos,
diabetes, derrame.....num futuro muito próximo). Além de, na medida em que
crescem apresentarem problemas ortopédicos, respiratórios, estéticos,
emocionais.
Não me entendam
mal. Somos responsáveis pela saúde dos nossos. A mãe, principalmente, carrega
uma responsabilidade enorme em seus ombros. Mas não podemos nos transformar em neuróticas. O
equilíbrio é a base de tudo. Privar o filho da modernidade é loucura. O que
devemos fazer é a lógica do "de vez em quando pode". Assim, ao
usarmos dessa magia, conseqüentemente descobrimos que se pode comer de tudo, um
pouco. Essa não seria a lei da reeducação?
Comprovado
foi que as células de gordura não somem quando fazemos dieta. Elas apenas
diminuem de volume, mas continuam lá. Incólumes, imponentes, só esperando um deslize.
Eu sei. É um
assunto que choca, mas o chocante nos faz buscar a razão.
As Causas
Infelizmente a
modernidade carrega intrinsecamente os seus contras. As crianças de hoje
não têm tanta liberdade e oportunidades, como antigamente, de brincar de
pega-pega, correr e subir em árvores (atividades que consomem energia). Usamos
o carro para tudo e deixamos os nossos filhos a maior parte do tempo em frente
da televisão e do computador, tudo regado a salgadinhos, bolos e latinhas de
refrigerante. Claro que isto se deve ao fator medo da violência, ou ao fator
atropelos do dia a dia, ou fator hereditariedade. Não importam os fatores, devemos agir e fazer algo a respeito.
O
Preconceito
É real e
doloroso. O mundo parece conspirar contra os gordos. O que devemos buscar é a
saúde, independente do que falem ou façam. Devemos lutar por nossos
filhos. As mães devem e podem preservar seus filhos desse problema
precoce. O assunto merece ser discutido porque, na maioria das vezes, a
preocupação só ocorre quando a criança entra para o ambiente escolar e passa a
enfrentar a discriminação dos colegas. E isto ocorre sim! Não é devaneio. As crianças também podem agir dessa forma. Somos humanos e carregamos esta falha em nossa história genética.
Uma maravilhosa
medida, como preconizam os médicos, é prolongar a amamentação. O leite materno
é um alimento completo e mantém o peso do bebê em níveis adequados. Caso a
amamentação no peito não seja possível, evitar "engrossar"a mamadeira
com farinhas e saber que a partir dos três anos as crianças podem perder peso
pois gastam mais energia.
O Tratamento
Instalada a
obesidade, só há uma coisa a fazer. O consenso é que se deve envolver uma
equipe de nutricionista, endocrinologista, psicólogo e professor de educação
física. Com um programa de alimentaçao equilibrado, montado com orientação
médica, a criança ou o adolescente não será privado de comer o que gosta, estará
ingerindo todos os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento na medida
certa (livre de dietas malucas). Serão trabalhados atividade física e
auto-estima. Isto educa e disciplina.
A Prevenção
Reeducação em
vez de privação.
Na minha casa não privo os meus de refrigerante, mas meus dois filhos sabem que este item
entra na minha cozinha somente aos domingos. Quando vou ao mercado, compro
apenas um litro para o domingo. Não há reclamações quanto a isto. eles já se
habituaram.
Essa é a
maneira mais correta de lutar contra a obesidade. Dieta está associada à
privação de alimentos, sofrimento e, na maioriadas vezes, fracasso, com a
retomada de peso (novamente me coloco nesta situação). A reeducação prevê
mudanças nos hábitos alimentares sem privar a pessa do que gosta, o que resulta
em maior bem-estar e menor risco de recuperar peso. É como andar de bicicleta.
Se transforma em aprendizado para a vida toda.
O que a
reeducação nocauteia são os hábitos errados à mesa. Para a criança pequena, em
fase de aprendizado, não é difícil adquirir bons hábitos. Só depende de
vocês pais:
- Evitar o "beliscar" fixando horários para os lanches e refeições;
- Dimuir aos poucos consumo de frituras e gorduras, estimulando a preferência por alimentos crus, grelhados ou refogados;
- Servir a comida em um prato menor e aos poucos ir diminuindo as porções ao volume adequado;
- Não deixar a criança fazer as refeições em frente à televisão. Quando distraída, costuma comer mais sem sentir;
- Trocar os refrigerantes pelos sucos naturais;
- Estimular a criança a comer devagar, mastigando bem, para facilitar a digestão e a assimilação dos alimentos;
- Não manter guloseimas em casa para não incentivar o impulso de comer fora de hora;
- Liberar um dia da semana para os desejos. Proibir só contribui para valorizar os itens proibidos;
Não é fácil eu
sei. Em minha casa também sinto algumas dificuldades em impor os limites
no consumo. É claro que como crinças, não possuem a percepção do certo e
do errado e insistem em pedir um pouco mais disso ou daquilo. Eu sempre falo da
dor de barriga como consequência. Não pretendo incutir neuroses em meus filhos
desde de muito cedo, apenas o gosto pelos alimentos saudáveis, sem o desespero
desenfreado pelos alimentos comuns da vida moderna.
Fonte para este
artigo: Revista Crescer
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